Friday, October 03, 2008

 
Caros Leitores

A demanda da pré época chega ao seu porto de descanso. No horizonte, adivinha-se o fim das férias que, se para alguns foi proveitosa, para outros, como cHOSSAS, não trouxe mais do que tragédia e desilusões (o experiente jogador foi dispensado pelo MFC, e não fará parte dos quadros do clube durante a próxima temporada. E, no início de uma nova caminhada para a glória, nada como uma crónica de Nuno Matos acerca da temporada transacta.

É amanhã que todas as emoções regressam aos relvados do campeonato mais bem disputado do mundo. Com o título bem entregue à equipa do Força Bruta, torna-se interessante saber até que ponto conseguirão os seus jogadores aguentar a poderosa armada do Mânfios FC, sempre motivada e na procura do troféu que lhes tem fugido.

A época de 2007-2008 foi, por isso mesmo, intensa e imprópria para cardíacos; sempre equilibrada e impossível de prever – pese embora alguns resultados mais anormais -, a temporada foi marcada pela constante mudança de líder, e no fim, a diferença pontual entre os habituais candidatos ao título resumiu-se a uns meros três pontos. Essa diferença reflecte o espírito deste campeonato, em que todos os jogos são batalhas pela conquista de mais uma vitória. Neste caso, o campeão acabou por ser a formação mais experiente, o FB, e importa agora, e em jeito de resumo final, interpretar a época que findou e adiantar o que se pode esperar deste novo ano de competição.

E começamos pelo único ponto verdadeiramente negativo do campeonato: as ausências dos jogadores. A qualidade da prova não se coaduna com o elevado número de jogadores que estiveram arredados das partidas, alguns temporariamente, outros tendo falhado grande parte da época. Chossas, Barandas e os gémeos, jogaram pouquíssimos jogos, e as suas respectivas equipas ressentiram-se dessa fraca assiduidade. E não é para menos: todos são jogadores que, em boa forma, podem fazer a diferença e influenciar o resultado final. Para além disso, todos os jogadores do campeonato falharam um ou outro jogo, o que, tendo em conta o valor de todos os intervenientes neste emocionante espectáculo, significa sempre um revés no nível de magia e beleza do futebol jogado.

Para além disso, o campeonato transacto foi um luxo de bom futebol. Poucas foram as partidas mornas ou desinteressantes, com poucos golos ou desprovidas de emoção. Houve bom futebol, golos magníficos, incerteza constante no marcador e defesas impossíveis.

O capítulo pessoal, vários foram os jogadores que sobressaíram, acrescentando ainda mais qualidade e espectáculo a cada um dos ferozes embates. Desses jogadores, importa destacar João e Ukraniano, sem dúvida os mais regulares em toda a temporada, Aranhiço, numa época quase perfeita, Golias, completíssimo e sempre concentrado, Chica, um profissional recto e sem limites no esforço que coloca no seu jogo, Bruno, em claro ascendente técnico e Paulo, defesa de betão e quase inultrapassável. Estes terão sido provavelmente os elementos que mais deram ao campeonato, e que mais se aproximaram da harmoniosa regularidade dos já referidos João e Ukraniano. Os restantes jogadores, embora reconhecidamente valiosos, alternaram uma categoria inegável com momentos menos bons, e já tiveram épocas bem melhores que esta última.
Carlos, sempre um avançado de elite e o incontestável melhor marcador do campeonato, viu o seu futebol cair a pique na segunda metade da época, e terminou cansado e sem a criatividade e combatividade do costume. Sotor perdeu-se muitas vezes na táctica da sua equipa, e nem sempre soube servir os interesses dos seus colegas. Rodrigues, outrora o salva-vidas manfioso, viu-se a braços com inúmeras lesões, e teve uma época para esquecer. Miguel, provavelmente o atleta de quem mais se esperava, fez uma óptima primeira metade de campeonato, mas acabou também afastado dos relvados por uma grave lesão ao nível do tornozelo. E como estes, tantos outros casos de profissionais de valor que, por uma razão ou outra, não deram o contributo desejado às respectivas equipas.

Compete ainda a este vosso escriba repor a verdade implacável dos acontecimentos. Se no primeiro parágrafo fiz referência à justiça que significa o título ter ido para os lados do FB, a verdade é que não era menos justo ter sido a formação manfiosa a levar para casa o troféu máximo do futebol nacional. O MFC bateu-se sempre ao melhor nível do seu adversário de sempre, foi muitas das vezes superior, e acaba em segundo lugar a apenas três pontos do campeão, embora com uma substancial diferença nos golos marcados e sofridos.

Posto isto, parece claro que o campeonato que agora se inicia tem tudo para ser ainda mais emotivo e emocionante. O facto das duas equipas terem mantido as suas formações, garante a rivalidade saudável suficiente para que todo um manancial de emoções fortes invada novamente o rectângulo de jogo. No entanto, parece também obvio que a equipa do MFC leva uma ligeira vantagem neste arranque do campeonato. Por um lado porque terminou a temporada passada em claro ascendente sobre o seu mais directo adversário; porque tem jogadores mais jovens, mais rápidos e mais fortes, e porque parece apenas necessitar de refrear algum ímpeto exagerado para melhor alcançar os seus objectivos. Por outro, porque alguns jogadores brutenses não parecem estar ainda na sua melhor forma. Carlos, como já foi referido, acabou a temporada exausto, e os jogos da pré época não deixaram a melhor das impressões; Sotor passou as férias a tentar recuperar de várias lesões que o apoquentaram durante grande parte do último campeonato e parece também longe da sua melhor forma física; Miguel, tantas vezes o maestro da equipa, é a grande incógnita, já que o seu prognóstico continua a ser um segredo do departamento médico brutense. Nesse sentido, tornam-se claras as dificuldades com que o FB terá de lidar nestas primeiras jornadas. Será a sua experiência suficiente para continuar a manter os jovens manfiosos afastados da liderança de um campeonato que teima em lhes fugir? Será que é desta que o treinador do MFC consegue domar a energia explosiva dos seus pupilos e transformá-la em calma dominante?

Muitas são as questões e dúvidas que dominam neste momento as expectativas do público e da imprensa. Todas elas começas a ser respondidas já este fim-de-semana, no sítio do costume e com os intervenientes habituais.




Nuno Matos





Resta-nos agora esperar que o bom futebol corra pelas areias do Vereador Fontemanha com o vigor de uma manada de mamutes em debandada, a graciosidade de uma companhia de bailado russa, o saber de um endireita e a técnica de um velho e experiente picheleiro.

Até amanhã e boa sorte aos craques

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