Tuesday, September 04, 2007

 
Benvindos, caros amigos, a mais uma época futebolistica. O dia 1 de Setembro de 2007 marcou o regresso aos relvados dos dois prodigiosos emblemas MFC e FBFC, com mais um embate de titâs (porém, muito abaixo do nível a que os fervorosos adeptos, que todos os sábados peregrinam ao longo de toda a costa portuguesa com esperanças de encontrar no espectáculo que se desenrola no Estádio Vereador Fontemanha a usual transcendência redentora, estavam habituados).


Impõe-se uma referência à boa fé e vontade de ajudar das equipas Malandros FC e Caparro SECO FC (duas da miríade de equipas que utilizam o Estádio Vereador Fontemanha na vã tentativa de alcançar o prestígio que o ManfiosFC e FBFC adquiriram ao custo do seu suor e mérito durante anos de exibições com tanto de garra e luta como de espectáculo), que se dedicaram à pintura das balizas do Vereador Fontemanha com 10 camadas de tinta anti-oxidante pois, com referiu Sr. Gonçalves (o Sr. Rodrigues do Malandros FC),

"Isto tá aqui é para durar o ano todo".

Obrigado Sr. Gonçalves por nos ter salvo da perdição que todos temíamos: a proliferação daquela pigmentação negra que se começava a notar em quase 2cm de baliza, reflexo obvio da decadência moral e social que marcam o país.

Para o fim fica a surpresa mais agradável de todas: A MFC Futebol/SAD ja possuía direitos sobre as mãos, braços, pernas, pés, cabeça e corpo de Nuno Matos, o Aranhiço Carmim, mas apenas no sentido físico e ao sábado por 2 horas ( NOTA: no contrato inicial, a pedido de Matos, estava também estipulada a obrigação de passar uma noite por semana com o negro Maurício, mas essa cláusula foi revogada quando o ordenado de Carmim deixou de conseguir cobrir a despesa da imensa quantidade de pau de cabinda necessária para estar à altura de Maurício, obviamente inerente à sua já avançada idade). Após batalhas legais intensas com o Jornal TORREJANO FC (as más línguas que apontam esta instituição como filial e satélite da MFC-Futebol/SAD devido a laços familiares entre os directores são calúnias escandalosas da boa fé dos elementos de ambas as entidades), a MFC Futebol/SAD adquiriu também a arte e engenho no campo da escrita deste prodígio das redes e do papel e lápis.


Sim, é verdade, a partir de agora, os relatórios passarão a ser escritos por Nuno Matos, o Aranhiço Carmim (dependendo isto obviamente da disponibilidade deste grande homem)
Segue-se então o primeiro relatório de, espera-se, muitos desta nova era do Blog Manfios FC:


FORÇA BRUTA?

O jogo que marcou o arranque de mais uma época futebolística foi apenas o que se esperava de um jogo que marca o arranque de mais uma época futebolística: chato, por vezes trapalhão e ainda sem o colorido do costume.

Marcado pelas ausências de jogadores importantes, como foram os casos de João, Carlos e Hugo, o jogo desenrolou-se sob um calor abrasador e que em nada ajudou à práctica da modalidade. E todas estas características atípicas, pareceram prejudicar mais o futebol do Mânfios, que nunca foi capaz de se organizar, acusando nitidamente a falta de um jogador esclarecido, que conseguisse «limpar» o jogo da equipa, criando linhas de passe e, acima de tudo, oportunidades de golo. Talvez Hugo tivesse sido a solução…

A equipa do Mânfios tem demonstrado um forte espírito de equipa e uma enorme coesão, só explicada pelo vasto conhecimento que os jogadores têm uns dos outros. Nada disso se viu, no passado Sábado, e quem saiu vencedor foi o conjunto adversário, que soube aproveitar uma anormal fragilidade defensiva e uma quase total inaptidão no jogo de ataque. Por tudo isto, é justo apontar Chossas como o único jogador que tentou sempre combater a tendência do jogo, lutando, tanto na defesa como no ataque, rematando, centrando, marcando cantos e livres. Não é de espantar, por isso, que tenha saído dos seus pés o único golo da sua equipa. Um golo ao seu estilo habitual, um remate forte e colocado, que apanhou o guarda-redes adversário em contra pé, não lhe dando qualquer hipótese de defesa. Em suma, o jogador recentemente chegado de uma curta mas enriquecedora experiência por terras da República Checa, foi o pulmão do Mânfios, e merece, precisamente porque todos os seus colegas de equipa estiveram tão longe do seu habitual, o destaque como um dos melhores jogadores do embate - mesmo que por vezes tenha levado o seu esforço e a sua vontade, longe de mais.

Quanto aos restantes jogadores do Mânfios...

Mário Rui acusou o largo período de tempo em que esteve afastado dos campos, e mostrou-se lento e sem soluções no ataque. Na defesa, é o que já se sabe: pouca ou nenhuma vontade de ajudar os seus companheiros.

Golias percebeu, e tentou acompanhar, o esforço de Chossas – que, diga-se, está com um cabedal… -, mas as férias tiveram o seu peso nas pernas do jovem jogador, que (se não estou enganado) não fez um único remate à baliza.

Ukraniano fez um remate à baliza e ficou-se por aí.

Rodrigues, ironicamente, acabou por ter pouco trabalho, já que os golos do Força Bruta (FB) foram quase todos marcados à boca da baliza. Mesmo assim ainda teve tempo para levantar os adeptos das suas cadeiras com duas defesas impossíveis e ambas na mesma jogada. O veterano guardião é de facto um dos melhores de sempre, e continua a maravilhar os estádios por onde passa com os seus famosos cotovelos.

E finalmente, Chica. Começa a ser preocupante a já longa crise que o jogador atravessa. Não marca golos, não é o patrão da defesa que se reconhecia ser, e deixou de ser o líder incontestado da equipa, o coração e a alma do Mânfios. Não se compreende, de facto, o que leva um jogador tão promissor e com um tão reconhecida qualidade, a fazer uma tão longa travessia do deserto. Foi eleito Jogador Teen-Bravo do ano, no seu ano de estreia, foi o melhor marcador de todos os torneios de Jogadores Traumatizados da Casa Pia em que participou, e foi considerado o Jogador Mais-Ou-Menos-Afeminado do ano por três vezes consecutivas. Foi pretendido pela equipa tetra campeã do Colégio de Nossa Senhora dos Aflitos Atrás, mas decidiu-se pelo Mânfios por, e segundo as suas próprias palavras, "querer jogar sempre pelo amor ao jogo e não pelos milhões, mulheres boas, coca e álcool que a fama providencia". Por isso tudo, e pela magia que tem marcado as suas exibições ao serviço da sua actual formação, os fãs continuam ansiosamente a aguardar o renascimento de Chica. Os fãs e os seus colegas de equipa, que depositam nele todas as esperanças para o sucesso da época que agora se inicia.

Mas enfim, do outro lado do campo, estavam uns FB inesperadamente motivados e organizados, e que pretendiam fazer do jogo uma final de campeonato. E assim foi. Desde o início da contenda se percebeu claramente que os seus jogadores não queriam outra coisa que não a vitória, e que estavam dispostos a tudo para o conseguir. E o resultado final de 5-1 só não foi mais pesado, porque a equipa cedo se apercebeu de que afinal não seria necessário carregar muito no pedal para levar de vencidos uns Mânfios cinzentos, apáticos e sem argumentos. Começando com Joel e Tiago à defesa, Senhor Doutor a trinco, César como número dez e Bruno no seu lugar habitual de ponta de lança, o FB rapidamente se adiantou no marcador, através de um golo fácil (e muito consentido) deste último jogador, que practicamente se limitou a empurrar a bola em cima da linha da baliza. À resposta quase imediata da equipa contrária – o tal golo de Chossas -, os jogadores do FB, limitaram-se a fazer um pequeno reajuste na sua estrutura táctica, passando a jogar apenas com um homemr fixo na defesa, e colocando um segundo no apoio ao ponta de lança. Dessa decisão resultaram quatro golos nascidos de belíssimas jogadas, marcadas por uma anormal disciplina táctica e por um maravilhoso rigor colectivo.

Muito antes do resultado final, a equipa chegou a temer o pior, quando Bruno teve de ser substituído por Paulo, o Muro das Lamentações. A troca de um avançado de raiz por um defesa duro e pouco ágil para manobras mais atacantes, fazia prever uma rápida recuperação do Mânfios, mas de facto aquele não era o dia da jovem equipa, e mesmo em aparente desvantagem, o FB soube fazer novo reajuste, e manter-se à frente da formação adversária.

Senhor Doutor esteve ao seu nível, contribuindo decisivamente para que a defesa do seu meio campo nunca fosse um problema. Esteve sempre um passo à frente dos seus adversários, cortou jogadas potencialmente perigosas, e foi lesto no arranque para o contra ataque. Não esteve tão bem nas jogadas mais próximas da baliza adversária, perdendo algumas bolas e errando num ou noutro passe, mas foi um dos jogadores mais esforçados em campo, denotando uma forma física que a invejar os seus oponentes mais jovens.

César, esteve uns furos abaixo daquilo a que já nos habituou, mas foi, ainda assim, um jogador sempre com a baliza em vista, nunca perdendo uma hipótese para rematar com perigo. Conseguiu um golo de belo efeito, num disparo poderoso e sem defesa possível, e só não fez mais porque o calor não o permitiu. Bruno foi a figura menor numa equipa em estado de graça. Marcou o primeiro golo, mas de resto passou pelo jogo quase sem se fazer notar. Constantemente mal posicionado e sempre fora do contexto da táctica que os seus companheiros souberam tão bem desenhar, acabaria, como já referi, por pedir a substituição, devido a problemas de ordem física. Paulo, que entrou precisamente para o lugar de Bruno, demonstrou mais uma vez ser um poderoso jogador defensivo, daqueles que não têm problemas em destruir jogo, desde que isso signifique também a destruição de quaisquer intenções atacantes dos seus opositores – e por vezes a destruição de uma canela ou outra. Entrou imediatamente em jogo, compreendeu instantaneamente o desenho de jogo do FB, e chegou mesmo a participar activamente no ataque da equipa, chegando fazendo inclusive o passe para um dos golos. Paulo foi o reflexo de um FB que parece querer mudar a imagem com que terminou a época passada. Lutou, correu e trabalhou para o colectivo, e o resultado só poderia ser um: uma vitória expressiva e sem lugar a dúvidas.

Os gémeos Tiago e Joel surpreenderam, ao decidirem iniciar o jogo ocupando as posições mais recuadas no campo, e ao deixarem para outros a condução do ataque à baliza do Mânfios. Cedo, no entanto, se aperceberam de que podiam arriscar nas subidas no terreno, e foram alternando essas investidas em território inimigo, sempre com perigo, mas nem sempre da melhor forma. As coisas equilibraram-se quando Tiago decidiu assumir a posição mais defensiva e quando Joel se resolveu a assinar, provavelmente, a sua exibição mais memorável. A última meia hora de jogo foi preenchida por um jogador que defendeu, fez o transporte da bola da sua defesa para o ataque, rasgou a equipa adversária com passes de grande qualidade, marcou golos, fez o almoço, sobremesa e bebidas, comprou o jornal e passeou o cão. Joel parecia estar a jogar no fresquinho da Primavera, e não sob o sol abrasador de fim de Agosto. Cedeu (compreensivelmente) ao cansaço, mas só no fim da partida, assinando uma exibição que fica para a história deste derby.

Quanto a Aranhiço, pode-se dizer que, à imagem do seu adversário Rodrigues, não teve muito que fazer na manhã de Sábado. Sofreu um golo em que pouco havia a fazer, saiu a pés a um remate traiçoeiro de Ukraniano, e defendeu um outro, sem grande perigo, de Mário Rui. De resto, foi um mero espectador e não chegou sequer a aquecer.

Em conclusão, pode-se afirmar, sem perigo de ofender susceptibilidades alheias, que a verdadeira força bruta marcou, desta vez, o jogo do Mânfios, já que o FB soube refinar o seu futebol e, pela primeira vez, jogar como uma verdadeira equipa. Será que é para continuar?

Quanto ao Mânfios, parece-me haver ainda muito trabalho pela frente, nomeadamente trabalho físico e de mentalização dos jogadores, que se apresentaram nitidamente desmotivados e desconcentrados. Não tivesse sido assim, e ter-se-ia assistido a um magnífico jogo de futebol. Ao invés, o primeiro jogo da época 2007-2008 foi um jogo sem história e cujos motivos de interesse foram os já referidos: os valores individuais de alguns jogadores e a surpresa do trabalho de equipa do FB.



Cumprimentos e até para a semana

NOTA:

As seguintes imagens NÃO estão relacionadas com o pagamento extra que Nuno Matos vai receber por este biscate:

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