Wednesday, June 25, 2008

 
O DESINTERESSE DA CONFUSÃO


Depois de uma última jornada plena de tensão, intensidade e casos polémicos, tudo fazia prever um novo embate entre manfiosos e brutenses emotivo, eléctrico e ainda mais intenso. Ao invés, o que pudemos assistir no último sábado foi a uma partida morna, nem sempre bem jogada, atabalhoada e desorganizada. Nesta confusão, souberam os jogadores mais experientes dos Força Bruta inventar um desempenho mais seguro, com a certeza dos seus objectivos e com a dose necessária de segurança. Dessa forma, conseguiram com alguma naturalidade levar de vencida a formação do Mânfios, sem brilho ou genialidade, mas com extrema eficácia e precisão.

A convocatória ditou que alinhassem pelo MFC, Chica, João, Finíssimo, Murta, Simão, Madeirense, O Outro e Golias; do outro lado estiveram Aranhiço, Sotor, Paulo, Ukraniano, Carlos, Bruno e Huga, no que foi uma surpresa absoluta e bastante proveitosa.

A partida foi lenta e preguiçosa, e os primeiros minutos davam a entender que os golos demorariam a surgir. Contrariando essa tendência, o FB assumiu a direcção da partida, organizou-se e apontou três golos quase consecutivos e sem qualquer tipo de resposta adversária. O futebol do FB era corrido, rápido e nitidamente bem pensado e orquestrado. Talvez surpreendidos por tanta organização, os atletas manfiosos não souberam logo equilibrar os acontecimentos, e pegar de novo no jogo não foi tarefa fácil. Privados da capacidade de liderança de Huga, os restantes jogadores tiveram de improvisar a construção de uma táctica nova e que, baseada na capacidade guerreira de João, consistia na transição rápida para o ataque como se todas as jogadas fossem contra-ataques. Essa rapidez, aliada a uma eficaz troca de bola e a bons desempenhos de Finíssimo e Simão, fez com que o empate chegasse sem grande surpresa, pese embora o futebol brutense continuasse a ser o mais bonito e esclarecido.

E foi-o sempre durante a totalidade do jogo, mesmo se tivermos em consideração de algumas prestações bem conseguidas de alguns dos seus elementos. Sotor, por exemplo, que debatendo-se com uma lesão não foi nunca capaz de guerrear Huga e todos os jogadores que arriscavam uma ou outra investida pelo centro do campo. Ou Bruno, perdido em fintas imberbes e sem qualquer tipo de objectivo, e que condicionava e de que maneira o futebol atacante da sua equipa. Mesmo assim o FB foi capaz de aproveitar a desorganização manfiosa e calmamente construir uma vantagem que chegou a ser de quatro golos. Dessa forma, e apesar de um último e poderoso último fôlego dos jogadores do MFC que resultou no encurtar da distância, o jogo havia de chegar ao fim com o resultado em 8-7 para os do Força Bruta. O resultado justifica-se pela forma como a equipa abordou o encontro. Depois de uma última partida em que as coisas não tinham corrido da melhor forma, os jogadores brutenses fizeram o trabalho de casa e souberam da melhor forma aproveitar os erros adversários e a má exibi9ção de alguns elementos que habitualmente fazem a diferença. Golias e Chica, por exemplo, estiveram uns furos abaixo do que se lhes é esperado, perdendo a luta a meio campo e não conseguindo nunca ultrapassar a bem organizada frente de ataque adversária. Murta teve mais trabalho do que é normal mas respondeu sempre da melhor forma, e foi sem dúvida o jogador manfioso em maior plano de evidência. Pelo lado do FB, Carlos e Paulo foram os elementos mais influentes e esclarecidos, e aqueles que contribuíram decisivamente para a vitória clara – pese embora o resultado final.

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