Thursday, January 03, 2008

 


Caros colegas


É em jeito de despedida deste tenebroso ano de 2007 repleto de orgias e de boas vindas a um auspicioso 2008, que começou já com o abatimento da ira de deus sobre lares de infiéis (a morte dos primogénitos está próxima!!), que publico aqui o relatório daquele que foi um dos mais disputados encontros a que o mítico estádio Vereador Fontemanha assistiu. E é a alma de shakspeare, através das mãos habilidosas (ooooh :)) de nuno matos, que nos traz o relato deste magnifico encontro, acompanhado dum balanço da prestação dos jogadores e das equipas, ao fim de meio campeonato:




29-12-2007 DIA DE «INVENTÁRIO» Depois dos elevados padrões de qualidade lançados pelo jogo anterior, seria pouco provável que o último jogo de 2007 viesse a ser igualmente brilhante e bem disputado. Não o foi, de facto, mas manteve os motivos de interesse do costume: bom futebol – embora a espaços -, equilíbrio no resultado, e exibições individuais de génio, e que mantêm o público animado e preso ao jogo. Numa primeira metade de temporada marcada pelas consecutivas ausências de jogadores chave, não haveria der ser o derradeiro jogo do ano a representar a excepção. Embora seja de assinalar o regresso (esporádico?) de Chossas, a verdade é que, mais uma vez, muitos foram os jogadores a falharem a convocatória. Huga, Barandas, Joel e Tiago, César e Finíssimo, ficaram em casa e não contribuíram, mais uma vez, para abrilhantar o espectáculo e, consecutivamente, ajudar as respectivas equipas na conquista dos seus objectivos. E isso fez-se notar, e de que maneira, na equipa do Força Bruta, que sem ninguém para transportar a bola da defesa para a frente de ataque, acabou por ceder o controlo deste último jogo ao adversário, expôs novamente as suas já clássicas fraquezas, e só evitou uma derrota vergonhosa, graças aos esforços colectivos de um sector defensivo quase irrepreensível. Chica, Golias, Murta, «Nunes», João e o já mencionado Chossas, mesmo perante a falta de um jogador hábil na distribuição de jogo, souberam desenrolar o seu habitual futebol organizado, bem coreografado a partir dos pés de Chica, e desenhado por uma boa e efectiva troca de bola, muitas das vezes rápida e letal para a defesa contrária. Chica foi mais uma vez o maestro de uma orquestra que termina a primeira metade da época em completa harmonia e afinação. João voltou a estar um tanto ao quanto afastado dos golos, mas continua a ser o jogador que mais corre no rectângulo de jogo, e que mais luta pela posse de bola. Correu quilómetros e foi preponderante na conquista do meio campo do FB. Por sua vez, «Nunes» continua ainda a parecer um tanto ao quanto deslocado dos seus colegas. É um jogador objectivo e que procura incessantemente a baliza do adversário, quer através de remates, quer através de centros para a área e passes em profundidade. Dono de um bom pé esquerdo, já provou ter uma técnica boa e eficaz, mas não consegue deixar de cair no erro costumeiro de quem se quer afirmar: agarra-se muito à bola, e perde-se muitas vezes em fintas inócuas e inconsequentes. Murta fez um jogo de encher a vista. Defendeu bem, como é já seu apanágio, e atacou ainda melhor, rematando sem medo à baliza de Aranhiço (fez um belíssimo golo, aliás), e contribuindo decisivamente para que o ataque da sua equipa se tornasse equilibrado e perigoso. Apesar do seu carácter arreigado e combativo, Murta foi o elemento que soube dar ao jogo do MFC a harmonia que tantas vezes faltou ao seu futebol. Chossas, depois de um prolongado período de ausência, voltou às convocatórias com mais vontade do que nunca, e mesmo em nítida baixa de forma, foi o jogador lutador e inspirador, que joga e faz jogar, a que estávamos acostumados. Dele se espera que consiga ultrapassar as dificuldades que o têm mantido afastado dos relvados-pelados. Golias voltou a ser o melhor marcador da sua equipa, provando que, mesmo não sendo um jogador dono de uma técnica superior, sabe posicionar-se na grande área adversária, fazendo do oportunismo a sua arma favorita. Fez um jogo de grande qualidade e entrega, e assinalou a sua presença em campo com o golo mais bonito do encontro – uma jogada fantástica de Murta pela direita, que, picando a bola por cima do seu adversário directo, isolou Golias, que de primeira e sem deixar a bola bater no chão, rematou sem defesa possível para o fundo das redes de Aranhiço. A bola foi rematada com o joelho, a canela e, finalmente, com o pé, provando exactamente o que dele se vem dizendo, que é um jogador que compensa a falta de jeito com o jeito da força. Foi desta forma que a equipa do MFC conseguiu, não só recuperar da desvantagem de dois golos com que quase de imediato começou o jogo, como também contrariar um excelente e poderoso momento inicial do FB. A jovem equipa visitada demonstrou, através da rapidez e capacidade física – atributos sobejamente conhecidos -, ser uma das formações mais equilibradas do campeonato, e um conjunto que consegue manter a qualidade do seu jogo durante a totalidade de um encontro.Desta feita, e aproveitando também uma incrível desordem no conjunto visitante, os jogadores do MFC foram responsáveis por um dos maiores massacres à baliza contrária de que há memória. Durante uma boa meia hora, a defesa e principalmente o guardião do FB, foram autenticamente bombardeados por todos os tipos de remate e disparados de todas as direcções. De tal forma, que no final da partida todos os jogadores do MFC tinham pelo menos um golo na sua contabilidade pessoal, o que diz muito da verdadeira energia atacante que esteve presente em campo. E só por displicência é que os atletas da casa permitiram ao FB uma última hipótese de recuperar do resultado quase sempre desvantajoso, e de lutar pela vitória. O resultado é, por isso mesmo, enganador, não reflectindo de forma alguma, a diferença entre as duas equipas. O conjunto visitado foi esmagadoramente superior, provando de uma vez por todas que está decisivamente na busca da reconquista do título, e deixando uma clara mensagem aos seus adversários: a de que vão ter de lutar muito mais do que até aqui para os levar de vencidos. E os seus adversários, neste caso, os seus adversários de sempre, deram realmente uma pálida imagem do seu real valor, neste último embate de 2007. Começaram bem, jogando de forma descontraída, e apresentando um futebol simples e directo. Na frente, a dupla Bruno e Carlos surpreendia pelas jogadas de entendimento, e o jovem avançado destacava-se, ao marcar três golos consecutivos e de forma, diga-se, genial. No entanto, e assim que o MFC começou a construir o seu jogo, as dificuldades da equipa visitante começaram a vir ao de cima, nomeadamente as falhas de marcação no centro do campo. Sotor estava completamente desapoiado e era incapaz de travar os seus mais directos adversários. Chica, por exemplo, fez dele o que bem entendeu, e foi precisamente por aí que as coisas se começaram rapidamente a inverter. Somando a isso, o facto dos avançados não ajudarem a sua defesa, e de também já não significarem uma ameaça constante à baliza do adversário, facilmente se compreende como o MFC aparecia tantas vezes em posição privilegiada para fazer golo. Várias foram as situações em que um ou dois jogadores se isolavam facilmente, para cara a cara com o guarda-redes, tentarem a sua sorte. Paulo na esquerda e Ukraniano na direita faziam o que podiam, mas a falta de um jogador que garantisse a defesa do centro da área notava-se e de que maneira. Para além disso, e como já foi aqui referenciado, o FB não era de forma alguma ameaça para a baliza do MFC. Carlos jogava como se estivesse sozinho em campo, escolhendo mal os remates, ignorando colegas em posição bem mais favorável para o fazer, e, acima de tudo, parando os seus esforços ainda antes da linha do meio campo, deixando Sotor completamente desprotegido e a braços com dois, e às vezes, três atacantes contrários. Bruno, motivado pelo reaparecimento de uma lesão antiga, e também pela incapacidade de gerir o seu esforço, havia há muito «parado» de contribuir, não só no ataque como também na defesa, e arrastava-se pelo recinto de jogo, impotente. Sotor, para além de todas as suas dificuldades defensivas, incorria novamente num erro que já por diversas vezes custou muito à sua equipa, o procurar constante de Carlos para passar a bola. Ou seja, por um lado, o individualismo insano do poderoso avançado, condicionava, e de que forma, o jogo atacante da sua equipa; por outro, o jogador encarregue de executar a transição da defesa para o ataque, parecia só conhecer um jogador em quem depositar o esférico. Manietados de soluções, e inventando problemas para o seu jogo, como se uma doença auto imune se tratasse, os jogadores do FB foram durante a maior parte do encontro, presas demasiadamente fáceis para os atletas bem preparados e com um potente arsenal de recursos do MFC.Restavam os três jogadores mais recuados, que defendiam conforme podiam, e que foram, pelo terceiro jogo consecutivo, o que de melhor o FB conseguiu mostrar. Paulo foi sempre um jogador atento aos avanços dos seus oponentes, e quase impenetrável. Arriscou algumas vezes a subida pelo lado direito, mas somente para perceber que Carlos nem sequer o via, muitas das vezes isolado perante o guardião do MFC. Ukraniano, por sua vez, lutava com unhas e dentes contra aqueles que tentavam atacar pelo seu lado, em especial «Nunes», a quem, não raramente, Ukraniano roubou a bola, dando imediatamente início a jogadas de contra ataque que, mais uma vez, morriam nos pés desinspirados de Carlos. Aranhiço, provou mais uma vez porque é indiscutivelmente o melhor guarda-redes a actuar neste campeonato. Defendeu quase tudo, e durante largos minutos foi o único obstáculo entre os avançados do MFC e o fundo da sua baliza. Impecável no jogo aéreo, parou todas as tentativas de centros ou cantos para a sua área; foi o central que a sua equipa não teve, e tentou sempre despachar a bola para a frente de ataque, procurando surpreender a defesa contrária. Como todos os bons jogadores, haveria também de cometer duas imperdoáveis falhas. Uma, quando foi surpreendido por um remate bombeado de Chossas, que encontrou o veterano guardião adiantado. A bola passou por cima de Aranhiço e o golo, nascido de um remate à toa, acabou por se tornar um lance cómico e fácil. O segundo, quando já tinha por diversas vezes impedido o golo da vitória Manfiosa, ao permitir que uma bola fácil entrasse na sua baliza, deitando por terra um último esforço dos seus colegas. Aranhiço admitiria depois aos microfones da imprensa que estava alheado do lance, e que por simples distracção não tinha sequer observado o desenrolar da jogada. A verdade é que a bola foi rematada por João a uns bons vinte metros da sua baliza, e apesar da admitida distracção, Aranhiço tinha a obrigação de fazer mais e melhor. Até aí, a equipa do MFC tinha mandado no jogo a seu belo prazer, respondendo com mais um tento a cada um dos golos do FB e que pareciam querer acreditar numa possível recuperação. Com o resultado em 10-7 para os da casa, e quando já tudo fazia prever mais uma vitória fácil, bastaram quatro escassos minutos para que os jogadores Brutenses, num último e espectacular esforço, marcassem três golos, relançando o jogo para o que haveria de ser uma recta final de cortar a respiração. A magia do futebol é mesmo esta, e os jovens jogadores Manfiosos já deviam saber que as coisas só estão resolvidas quando o árbitro apita para o final da partida. Contudo, souberam responder, e bem, ao inesperado empate com mais uma pressão sufocante à baliza adversária, e só Aranhiço parecia querer impedir o que tinha sido sempre inevitável. Defendeu a pontapé, a murro, saiu aos pés dos avançados impedindo golos fáceis, e fez, durante alguns minutos, o impossível: recusar a vitória caseira. O golo que sofreu e que desanimou de forma dramática os seus colegas, serviu também para repor a verdade desportiva, já que o MFC foi, a todos os níveis, a melhor equipa em campo. O resultado final, 11-10, não espelha de modo algum o que se passou em campo, e não transparece o esforço concertado de toda a equipa Manfiosa. Desleixaram-se com as facilidades concedidas pelo adversário, é certo, mas a sua qualidade e constância foram armas sempre perigosas e objectivas, e mereciam um resultado final mais dilatado e condizente. A continuar assim, quer-nos parecer que o FB vai passar por um mau bocado, nesta segunda metade do campeonato. ESPECIAL INVENTÁRIO Terminada que está esta primeira metade do campeonato, importa referir, em jeito de compilação, alguns dos jogadores que se destacaram, pelas boas e más razões. Sotor – É o jogador mais veterano de toda a liga, e se às vezes o seu comportamento em campo desmente a sua idade e a sua já longa carreira, a verdade é que em muitas ocasiões acusa uma inexperiência que contrasta pesadamente com a sua responsabilidade. Capaz do melhor e do pior, funciona muitas vezes como o jogador mais «chato» em campo, impedindo os adversários de prosseguirem com a bola, e fazendo faltas cirúrgicas e num timing absolutamente certo. Por outro lado, é muitas vezes ultrapassado pelos seus oponentes mais rápidos, e comete algumas falhas defensivas clamorosas, que colocam a baliza da sua equipa em apuros desnecessários. Ainda assim, continua a ser um elemento preponderante na sua formação, e, quando bem apoiado, é decisivo na manutenção do meio campo. Joga com inteligência e é uma verdadeira «raposa manhosa». Carlos – É claramente o melhor marcador do campeonato. Potente e incansável, corre quilómetros na frente de ataque e é practicamente indefensável. Remata bem e de todas as posições, e cria constantes dificuldades às defesas contrárias. Por outro lado, peca por raramente auxiliar a sua defesa, e por levar muitas vezes o seu esforço longe de mais, comprometendo dessa forma os resultados e os objectivos do clube que representa. Aranhiço – Defende como se não houvesse amanhã. Rápido a sair dos postes e eficaz no jogo aéreo, é um guarda-redes como já não existem muitos. Oferece segurança à sua equipa, e acaba por ser o líder que empurra os seus colegas para a frente. O seu único ponto fraco surge quando tenta jogar com os pés, pormenor onde ainda pode, e deve, melhorar bastante. Não obstante a sua idade, muito se espera deste veterano guardião, inclusive, quem sabe, uma chamada à selecção. Joel e Tiago – Os dois gémeos, contratados pela equipa do FB esta época, rapidamente impuseram o seu futebol neste campeonato. Disputam ambos o título de jogador revelação do ano, e tornaram-se extremamente importantes para o jogo da sua equipa. De tal forma, que não é coincidência a recuperação do MFC ter acontecido precisamente numa altura em que ambos estavam lesionados. As semanas em que nem sequer foram convocados pelo treinador Brutense, foram aquelas em que o eterno rival levou de vencidos quase todos os jogos, aproveitando-se da fragilidade que o meio campo do FB acusou sempre que estes dois jovens atletas não puderam dar o seu contributo. A sua criatividade parece não ter limites, e a técnica individual de Tiago, aliada à capacidade defensiva e lutadora de Joel, torna-os nos jogadores mais procurados por fãs e imprensa, já para não falar no facto de que alguns dos mais belos golos marcados durante estes primeiros meses de competição saíram dos seus pés. Por tudo isto, Joel e Tiago são dois dos jogadores em plano de destaque e sobre os quais todos os olhos estão pousados. Público, imprensa e principalmente os seus colegas de equipa, anseiam pela estabilização do seu estado físico, de modo a poderem ver um pouco mais da sua magia espalhada pelos campos onde jogam. César – Depois de um final de temporada verdadeiramente espantoso, um início de nova época desastroso. A lesão que aflige César há já algumas semanas é só o culminar de uma primeira metade de temporada muito abaixo daquilo que se esperava, já que o poderoso jogador todo-o-terreno nunca conseguiu encontrar o nível que tem marcado as suas exibições desde que se estreou nesta liga. Poucos golos marcados, preguiçoso a defender e completamente em baixo de forma, César foi mais um peso morto para a sua equipa do que propriamente uma mais valia. Sabendo-se da sua inegável qualidade, é legítimo esperar que regresse deste longo período de convalescença com a vontade e a determinação de mudar o rumo das coisas, mas a verdade é que só o tempo dirá se César é de facto o jogador imparável da época passada. Bruno – Depois de uma época pouco produtiva, e em que foi por várias vezes acusado de alguma preguiça e falta de dedicação, o mais jovem jogador da liga sofreu uma verdadeira revolução pessoal. Amadureceu, melhorou significativamente a sua técnica individual, e tornou-se num dos melhores marcadores da liga. É oportuno, domina com perfeição as armas de um ponta de lança, e ainda surpreende, de quando em vez, com jogadas individuais de puro génio. Resta-lhe adquirir alguma resistência física – assim como saber controlar aquela que dispõe – para se afirmar de uma vez por todas como um dos melhores jogadores do campeonato. Huga – O jogador, antigo patrão da equipa do MFC, tem tido uma época difícil. Desmotivado e com um nítido défice de inspiração, Huga está longe, muito longe, do seu nível habitual. Continua a ser importante no segurar do jogo, no prender da bola, na calma que procura imprimir ao futebol da sua equipa, mas o Huga que maravilhava multidões com jogadas geniais, fintas impossíveis, e passes de tirar a respiração, tem andado desaparecido. A somar a isso, uma lesão que o tem apoquentado e mantido afastado dos relvados. Por uma razão e outra, é já uma das grandes ausências desta primeira metade da época. Barandas – Outro ausente de peso. Capaz de fintar a equipa adversária e em seguida os seus próprios colegas, Barandas esteve a maior parte destes primeiros meses de competição no banco ou mesmo na bancada, afligido por consecutivas lesões. Tinha sido um jogador determinante para o bom final de época do FB, o ano passado, e dele se esperava que pudesse assumir por completo o domínio do jogo da sua equipa ao meio campo. Autor de alguns golos que ficaram na memória de todos os que acompanharam a última temporada, «Barandol» tem um controle de bola invejável, é generoso a defender, e aprecia precisamente iniciar as jogadas de ataque pegando na bola à saída da sua grande área. Poderá ainda recuperar de todos os problemas físicos que o têm impedido de dar o seu contributo, mas tudo parece fazer acreditar que a época de Barandas está, infelizmente, resolvida. João – É o jogador mais vibrante da liga. E isto por si só chegaria para descrever este fantástico jogador, que arrasta multidões por onde quer que passe. A prová-lo está o peculiar recorde batido há dias, quando, numa sessão de autógrafos na lota de Matosinhos, se contabilizaram mais de sete mil fãs, ávidos por conhecerem o craque em carne e osso. João é o jogador na liga que corre mais quilómetros por jogo, é o jogador que detém a melhor média em roubos de bola e remates à baliza, e é um verdadeiro monstro de energia, nunca desistindo de lutar pelo resultado. Não acredita em bolas perdidas – batalha pela posse de todas elas – e é dono do melhor remate de toda a competição, pleno de força e colocação. É o arqui-inimigo de Aranhiço, com quem mantém apaixonantes e intensos duelos – fora do campo os dois atletas respeitam-se imenso, diga-se -, e arrisca-se a ser novamente considerado como o melhor jogador do ano. Se por um lado é verdade que tem andado afastado da média de golos de outras épocas, não é menos verdade que foi uma das figuras da reviravolta Manfiosa, combinando com Chica a liderança do seu grupo de trabalho. Chica – Depois de um paupérrimo e surpreendente início de temporada – em que chegou a ser ponderada a sua transferência para a equipa satélite do Mânfios, o Amantes da Casa Pia -, o jogador revelação da época passada, reencontrou finalmente o seu melhor nível, e voltou a ser o líder incontestado da sua formação. Lentamente foi recuperando a sua veia goleadora, e esteve presente nos momentos que determinaram a reviravolta na tendência do campeonato, que vinha ditando vitórias consecutivas para o FB. Chica é, neste momento, o jogador mais coerente do campeonato: Joga e faz jogar, controla a defesa e sabe sair para o ataque como poucos, e é, indubitavelmente o jogador mais disciplinado do campeonato, somando troféus de fair-play em quase todos os jogos da temporada. Por isso mesmo, é conhecido como o «quiet-beatle» do futebol. Não discute as decisões da arbitragem e é incapaz de lances mais violentos e perigosos para a integridade física dos seus adversários, facto que lhe vale o respeito e admiração, não só dos seus colegas de equipa, como também dos elementos de todos os outros clubes que militam neste campeonato. Disputa com o seu colega, João, o título de melhor do ano. Inquestionavelmente! Chossas – Pouco há a dizer, para já, deste voluntarioso jogador. As lesões não lhe deram descanso, e a sua equipa viu-se desde cedo impedida de contar com os seus préstimos. Generoso, abnegado e sempre motivado, Chossas é um perigo para as balizas adversárias, em virtude de um potentíssimo e já famoso remate-canhão. O seu regresso inesperado, no último jogo de 2007, deixou a ideia de que poderá estar pronto a entrar no campeonato a todo o gás, o que só seria vantajoso para o seu clube. Golias – Compete com Carlos pelo título de melhor marcador da liga, e pese embora o seu escasso poderio técnico, a verdade é que o ainda jovem jogador aprendeu bem a usar a sua força física para controlar a posição de ponta de lança. Raramente falha uma oportunidade de golo, e ainda ajuda, e de forma eficaz, à defesa do seu meio campo. Vai ser, sem dúvida, uma das estrelas a ter em conta para esta segunda metade do campeonato, e vai continuar a manter uma interessante luta com outro colosso da liga, Carlos «Panzer». Murta – O bravo defesa de outras temporadas é, desde já, o jogador que mais evoluiu desde o ano passado. Se antes se limitava a defender com tudo o que tinha, o último reduto da sua equipa, a verdade é que começa agora a querer arriscar também nas manobras ofensivas dos seus colegas, e, diga-se, com elevado índice de sucesso. Não tem sido raro vê-lo a marcar golos e, mais importante, a criar oportunidades para que os seus colegas o façam também. Mantém a sua postura combativa habitual, mas aprendeu a ser mais jogador e a ter mais calma em lances em que anteriormente se limitava a disparar em todas as direcções. Em suma, tornou-se um perigo redobrado. Rodrigues – Tudo leva a crer que esta foi a temporada da despedida do veteraníssimo guarda-redes. Terá feito um ou dois jogos, e desde então está remetido ao banco da sua equipa, deixando para os mais novos a defesa das redes do MFC. É pena, mas é a vida. Paulo – Provavelmente o mais destemido dos jogadores a actuarem nesta liga, Paulo defende literalmente com todas as partes do seu corpo. Não pede licença a ninguém na hora de despachar a bola, afastando-a da sua área; entrega-se aos remates dos adversários, impedindo maiores perigos para a sua baliza, e sabe, de forma surpreendente, fintar os atacantes contrários de forma a sair calmamente a jogar. Não tem sido sua, a responsabilidade pelos recentes maus resultados do FB. Pelo contrário! Paulo tem sido um dos melhores elementos Brutenses, e compreende-se a irritação com que saiu de campo no último jogo, face à total displicência com que os seus colegas de equipa abordaram o encontro. A continuar assim, vai ser a dor de cabeça permanente dos atacantes Manfiosos. Ukraniano – Claramente desprovido de técnica individual, o internacional ucraniano faz da sua persistência e da sua valentia, as armas com que combate os jogadores melhor preparados das equipas adversárias. Diz sempre “presente” quando o perigo assola a sua baliza, e é lesto a roubar a bola aos adversários, dando início a jogadas rápidas de contra ataque. Não é jogador de muitos erros, e acaba sempre, e de forma inesperada, por fazer o gosto ao pé, tendo inclusive marcado um ou dois golos verdadeiramente espectaculares. Em jeito de conclusão, poder-se-á dizer que muitos mais foram os jogadores que deram o corpo ao manifesto nesta primeira fase de um surpreendente e emotivo campeonato. Tão rapidamente apareceram, como rapidamente também se afastaram dos campos, não deixando impressões suficientes para uma crónica condigna. Claramente novos valores emergem, como é o caso já referenciado de «Nunes». No entanto, é necessário tempo ao escriba para mais correctamente fazer uma avaliação do seu real valor.Quatro meses de competição, dez jogos, quatro vitórias para cada um dos lados, e dois empates, fazem do presente campeonato o mais bem disputado de sempre. Se por um lado o FB começou a temporada de forma bombástica, conquistando as suas quatro vitórias de uma enfiada, por outro, o facto do MFC ter renascido das cinzas e estar agora colado ao seu adversário de sempre, deixa antever uma segunda metade de campeonato imprópria para cardíacos. A classificação ao fim da primeira volta é a que se segue:

EQUIPA VITÓRIAS DERROTAS EMPATES G.M. G.S.
Força Bruta F.C 4 4 2 80 74
Mânfios F.C. 4 4 2 74 80
Votos sinceros de um santo ano de 2008










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