Wednesday, December 05, 2007

 
Caros amigos
As últimas duas jornadas trouxeram mudanças no sentido dos ventos que a Dama Sorte sopra suavemente sobre a gentil praia da sãozinha, casa do ja mítico estádio Vereador Fontemanha. Aranhiço, o Aranhiço traz-nos o relato destas duas demandas prodigiosas do MFC, que, qual david contra golias, soube aproveitar os erros do seu adversário, capitalizando-os nos dois unicos triunfos da época:

O renascimento de um campeão Jornada dupla do campeonato, um só resultado: o renascimento do Mânfios FC.Depois de semanas consecutivas de derrotas mais ou menos humilhantes, a equipa em quem todos apostavam mostrou finalmente os argumentos por que já desesperavam os seus adeptos. Em duas partidas nem sempre bem jogadas, o público viu finalmente Chica e sus muchachos desempenharem o futebol que tinha maravilhado assistências na temporada transacta. Principalmente por isso, mas não só, esta crónica fica também para a história do jornalismo desportivo, já que marca uma possível viragem no rumo da presente época. E no primeiro jogo, porém, tudo apontava para mais um desfecho desastroso para o MFC. O Força Bruta jogava um futebol seguro, mas nem sempre bonito, apoiado principalmente na rapidez de Filipe Finíssimo pelas laterais, e na muralha defensiva criada por Carlos, que, abdicando completamente do ataque na primeira metade do embate, contribuiu decisivamente para o 5-1 com que havia de chegar o intervalo. Até então, poucos foram os motivos de interesse na partida. Pouco espectáculo, golos alcançados de uma forma natural e lógica, e a ameaça de mais uma partida desastrosa para o MFC. A segunda parte haveria de marcar então o ressurgir de todo o poderio futebolístico dos Mânfios, que, motivados e coordenados como nunca se tinha visto nos jogos anteriores, e liderados por um Chica inspirado e finalmente a mostrar o seu real valor, congelaram por completo os adversários e bloquearam todas as suas tentativas de dar uma resposta à altura. Num ápice, o MFC deu a volta ao marcador e acabou a partida como vencedor incontestado. Os 7-6 finais, não espelham, contudo, a diferença de qualidade entre as duas equipas. A segunda metade do jogo foi toda ela da equipa anfitriã, que foi rápida nas jogadas de ataque, que soube aplicar em campo as indicações do seu técnico, e que soube, acima de tudo, aproveitar as fragilidades do adversário. Essas fragilidades, não foram mais do que a saída de Finíssimo, completamente esgotado, e a mudança de Carlos, da defesa para o ataque. Ao contrário do que é costume, o potente jogador não foi capaz de contrariar a tendência do jogo, ao mesmo tempo que os jogadores mais defensivos, Sotor e Ukraniano, falhavam estrondosamente no sector mais recuado do campo. Graças a isso, não poucas foram as vezes em que dois e três jogadores do MFC apareceram isolados perante Aranhiço, que impotente pouco ou nada podia fazer para defender a vantagem trazida da primeira parte. O jogo acabaria por terminar sem grande história para contar. O resultado final foi construído com aparente facilidade e sem nenhum esforço, e acima de tudo sem qualquer esboço de reacção por parte dos elementos do FB.Digno de registo, isso sim, é o renascimento de uma equipa, de um jogador – Chica, impecável e omnipresente em todo o rectângulo de jogo – e de um campeonato. O calmo e plácido passeio que se perspectivava já para o FB parecia assim terminar, e o jogo seguinte serviria precisamente como prova máxima disso mesmo. E esse jogo, embora mais interessante do que o primeiro desta jornada dupla, acabou por ser também ele pouco ortodoxo. Foi uma partida estranha, aquela a que pudemos assistir no último sábado. E estranha, pela atitude com que os jogadores do FB entraram em campo. A jogar em casa, e perante o seu público, Sotor e companhia foram displicentes, preguiçosos e comodistas, deixando uma péssima imagem da equipa que nada nem ninguém conseguiria prever.E a crónica deste jogo bem que podia ser a crónica de um só jogador que, mesmo não estando na sua melhor forma, encheu o campo e carregou literalmente a sua equipa às costas. Joel, regressado de um longo período de afastamento devido a uma lesão na articulação calcaneocubóidea do pé direito, marcou golos, deu golos a marcar, espalhou magia pelo rectângulo de jogo, e foi o único jogador do FB que manteve sempre uma postura desportiva e competitiva à altura dos acontecimentos. E os acontecimentos eram, pura e simplesmente, toda a classe dos jogadores do MFC, que se passeavam a seu belo prazer pelo campo, desenhando jogadas bonitas de futebol, trocando bem a bola, defendendo bem, controlando o jogo ao meio campo, e marcando golos em practicamente todas as jogadas em que chegavam à baliza adversária. Quanto ao jogo…Os FB alinharam com a sua formação base já clássica, com César livre para correr o campo todo, da defesa ao ataque, Sotor como patrão do meio campo, e Carlos bem lançado na frente de ataque. A completar, Muro de Berlim e Ukraniano, sempre em manobras mais defensivas, e Joel como o número 10 que já há muito tempo vinha faltando na sua equipa. Do outro lado estava uma formação de quem muito se estava á espera, depois da amostra do jogo anterior, e que era composta por Aranhiço na baliza, Chica e Finíssimo nas laterais, Murta a trinco, e Golias e Bruno, os dois avançados de serviço. E novamente a partida teve início como já é costume. O FB a carregar sobre o seu adversário e rapidamente a colocar-se em posição de vencedor. Desta feita, o precipitado resultado de 4-1, alcançado em breves dez minutos, fez perceber que a táctica do MFC era desajustada, e que a equipa necessitava urgentemente de uma mudança. O técnico foi célere e procedeu imediatamente a mudanças estruturais, colocando Golias como único ponta de lança, e remetendo Bruno – que já tinha mostrado não estar em dia inspirado – para funções de distribuidor de jogo. E a mudança teve resultados devastadores para o FB. Num ápice, os jogadores do MFC, comandados mais uma vez por um inspiradíssimo e sólido Chica, não só deram a volta ao resultado, como se colocaram em vantagem por uns claros 9-4! O escândalo espreitava, e os adeptos Brutenses começavam a demonstrar a sua inquietação. Aparentemente, a sua equipa era impotente para parar ou sequer abrandar o caudal ofensivo criado por Chica, Murta e Golias. E essa impotência fazia-se notar especialmente na incapacidade de Sotor controlar o jogo a meio campo. O veterano jogador já nos habituou a ser o esteio da transição defesa/ataque da sua equipa, mas por culpa de perdas sucessivas de bola, e de uma estranha e ostensiva procura de Carlos para passar o esférico, Sotor acabou por ser um dos carrascos da sua equipa, apesar de ter mantido sempre a vontade de lutar pelo resultado e de procurar a baliza adversária. Conseguiu mesmo desfeitear Aranhiço, já perto do final do encontro, mas foi a sua má escolha de passe, e a falta de racionalidade fria e cerebral a que o jogador já nos acostumou, que acabou por fazer com que a sua prestação fosse uma das mais fracas da presente temporada. A acompanhá-lo, Carlos, naquele que foi de longe o seu pior jogo de sempre. Marcou dois golos, é certo, mas a sua prestação neste jogo ficou marcada pelo constante desaguisado que manteve com os seus colegas, nomeadamente com Joel. Carlos é o jogador voluntarioso que se reconhece, mas a atitude competitiva não deve nunca ser levada ao exagero, sob risco de prejudicar a sua formação. César voltou a fazer um jogo lento e preguiçoso, longe, muito longe daquilo a que nos habituou, e Muro e Ukraniano obviamente não possuem as qualidades técnicas e tácticas para fazerem a diferença em caso de necessidade. E restava Joel. Joel é um jogador capaz do melhor e do pior, sendo que o pior costuma nascer da sua inacabável vontade de vencer. É um jogador que nunca desiste e que joga sempre até ao limite das suas forças. No sábado passado, ainda em baixa forma física, terminou o encontro absolutamente esgotado, nunca se rendendo, contudo, à superioridade evidente da equipa adversária. Marcou cinco dos nove golos do FB, fez o passe para os dois tentos de Carlos, e marcou o jogo com dois lances dignos de fazerem parte da história do futebol. No primeiro, isolou Carlos com um toque de circo; um passe de calcanhar, de costas para a baliza, confundindo os defesas e deixando o avançado perfeitamente sozinho perante Aranhiço. No segundo lance, recebeu a bola à entrada da área, sentiu Bruno nas suas costas, torneou-o com uma finta espectacular e, em posição frontal à baliza, rematou sem hipóteses de defesa, levando a bola a encaixar na perfeição no ângulo superior direito. O público acordava finalmente da letargia provocada pela sua equipa, e aplaudia o golo de Joel da única forma que um lance destes merecia: em pé. O próprio Aranhiço, rendido perante um tão belo momento de futebol, cumprimentou o adversário, congratulando-o pelo feito. Mais tarde, e já na conferência de imprensa, o veterano guardião haveria de dizer “nunca tinha sofrido um golo tão bonito, caralho”. Entretanto, e do outro lado do campo, Chica contrariava, a eficácia da magia de Joel, com a magia da sua eficácia. O jovem jogador pode não ser tão espectacular quanto o seu rival, mas a frieza com que trata a bola, a segurança com que cada toque no esférico é dado, e a certeza que imprime nos remates que só terminam no fundo das redes da baliza contrária, fazem deste atleta uma certeza absoluta na práctica da modalidade. Chica, à sua maneira, acaba também por carregar a sua equipa ás costas, já que é dos seus pés que todas as jogadas do MFC nascem. Na defesa, no ataque e nas alas, Chica cumpre a sua função quase sem se dar por ele. A sua atitude incentiva a dos seus colegas e incendeia as bancadas, Afinal, a eficácia ainda vale alguma coisa, no mundo cruel do futebol.Ou seja, dois jogos consecutivos e as duas primeiras vitórias do MFC, que partem agora, com outra segurança, para a perseguição implacável ao líder do campeonato, o FB. As próximas jornadas prometem portanto jogos emocionantes, espectaculares e intensos. O público anseia e agradece antecipadamente, pese embora o facto de muitos dos jogadores continuarem ainda no estaleiro, por motivo de lesões várias. Mesmo assim, esta liga já deu provas de ser uma das mais bem disputadas do mundo, e isso por si só é uma forte garantia do muito que ainda está para vir.



Depois de um curto interregno, reataremos os jogos esta semana. Será que a viragem do rumo dos acontecimentos vai ser vincada e assumida como séria por parte do MFC? Será que não passou tudo de fogo de vista, como Sr. Vitor, o arauto do senhor da pedra, profetizou ha exactamente 13 luas cheias? Será que existe alguma relação entre a falta de comparencia de Mário aos jogos e o wildshemales.com ter passado a ser gratuito aos sabados de manhã? Estas e outras questões basilares serão respondidas no proximo dia 8 de dezembro, data do centenário da ascensão ao trono sueco por parte do rei Gustav V.

Cumprimentos
[[]]

This page is powered by Blogger. Isn't yours?